09/04/2009

Reflexão de Maria Brandão, Professora Titular do Ensino Secundário - Porto

Educar, formar, fazer crescer harmoniosamente é uma tarefa árdua, morosa, que implica sacrifícios e medidas impopulares.

Educar um filho requer esforço, muitas horas de sono perdidas, fins-de-semana abdicados ou adiados, imposição e cumprimento de regras incómodos.

O Ministério da Educação está a comportar-se como os Pais da nova geração que se demitem das suas funções. É mais fácil ceder às birras e amuos do que se fazer obedecer. É mais fácil deixar fazer asneiras do que incutir valores, princípios morais e éticos.É mais fácil e moderno ser um amigo do que ser PAI.

Assim procede também o nosso Ministério.

É mais popular aprovar um Novo Estatuto do Aluno que permite que os jovens não cumpram as suas obrigações, do que os responsabilizar para uma cultura do cumprimento do dever.

É mais fácil retirar disciplinas estruturantes do Ensino Básico, introduzindo áreas curriculares não disciplinares (Estudo Acompanhado, Formação Cívica e Área de Projecto), do que fazer ver às crianças e respectivos Encarregados de Educação que sem trabalho não há aquisição de competências.

É mais fácil abulir os exames do que enfrentar as estatísticas desfavoráveis.

É mais fácil deturpar a verdade dos exames nacionais de Matemática do que investir em melhor educação.

Consequentemente, é mais fácil para os nossos políticos e governantes matricularem os seus filhos em escolas privadas (como faz o nosso Primeiro Ministro que tem os filhos na Escola Alemã), do que pugnar por um ensino público de qualidade para todos.

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